Q. 18.: A bondade e a malícia dos atos humanos em geral
- A ação recebe do objeto sua espécie. Tem sua bondade ou malícia determinada por seu objeto.
- O primeiro mal nas ações morais é o que procede do objeto.
- As circunstâncias são determinadas também na bondade e na malícia dos atos humanos. Poderia se objetar que elas são acidentes, mas se o são, são acidentes próprios, e por isso determinantes.
- A bondade ou malícia é boa ou má por seu fim.
- Quatro modo de bondade da ação (Q. 18, Art. 4, respondeo)
- Segundo o gênero: enquanto é ação - e quanto esta tem de entidade, tem de bondade.
- Segundo a espécie: se torna em conformidade com o objeto comveniente;
- Segundo as circunstâncias: tidas como acidentes [próprios].
- Segundo o fim: conforme sua relação com a causa da bondade
- A bondade ou maldade de um ato, considerando o objeto, se diz em comparação com a razão, que considera se o objeto é ou não conveniente. A espécie de bem ou mal em relação ao objeto se diz em comparação com a razão.
- O fim diversifica a espécie dos atos.
- O ato voluntário interior tem por objeto o fim - formalmente; ja o ato voluntário exterior, tem o objeto acerca do qual versa - materialmente.
- "A espécie de um ato humano se considera formalmente segundo o fim, e materialmente segundo o objeto."
- "A vontade, pois, cujo objeto próprio é o fim, é movente universal de todas as potências da alma, cujos objetos próprios são os objetos dos atos particulares." (Q. 18, art. 7, resp. ad 2am)
- A circunstância constitui o ato moral na espécie de bem ou de mal. Ex: circunstância do lugar→o mesmo ato de roubar pode mudar de espécie segundo a circunstância; roubar uma casa é uma coisa (roubo simplesmente), mas roubar uma Igreja é sacrilégio.
- Nem toda circunstância diversifica a espécie de bom ou mau no ato moral; as vezes só agrava ou diminui a gravidade.
Q.19.: A bondade e malícia do ato interior da vontade.
- Ato interior emana da vontade sob forma de (i) intenção e (ii) escolha, cujo objeto próprio é o fim.
- A bondade da vontade depende de que alguém queira o bem. Assim, pertence à vontade.
- A bondade ou malícia dos atos da vontade dependem só do objeto.
- A bondade da vontade depende de estar submetida à razão (lei natural).
- A vontade que discorda da razão errônea é má, uma vez que é contra a consciência (a.5,sed contra) - que é a aplicação da ciencia a um ato. A vontade que concorda com a razão errônea pode ser má.
- A bondade da vontade depende da intenção do fim.
- Intenção e vontade (art. 7):
- (i) antecedente: intenção é anterior como causa.
- (ii) concomitante: se acrescenta a uma vontade preexistente anterior.
- A intenção pode ser boa e a vontade ser ruim.
- A bondade da ação humana deve se conformar com a divina. Ora, se a bondade do ato depende da intenção do fim, e o fim último da ação humana é o sumo bem, então a vontade deve se ordenar ao Sumo Bem, Deus. (art. 9, resp)
- Conformidade com a vontade divina pode ser (i) formal ou (ii) material. Deve-se ter não tanto a material, mas a moral (formal).
Q.20.: Bondade e malícia dos atos humanos exteriores.
- O bem e o mau moral estão primeiro no ato da vontade, e depois no ato exterior, quanto à execução da obra.
- O ato exterior acrescenta bondade ou malicia ao ato interior.
- A bondade da obra se verifica pela (i) matéria, (ii) circunstância e (iii) fim. O (i) e (ii) são próprios da razão, o (iii) é próprio da vontade.
Q. 21: Consequências dos atos humanos em razão da bondade e malícia.
- Retidão e pecado.
- Louvável e culpável.
- Mérito e demérito.
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