Q. 6.: O Voluntário e o involuntário
- O voluntário se encontra nos atos humanos: contém em si seu principio de movimento e o conhecimento do fim.
- Os animais possuem um voluntário imperfeito: só apreende o fim, não a razão do fim, e nem a proporção do fim.
- O voluntário pode existir sem ato: querer, não querer.
- A vontade não pode sofrer violência.
- A violência causa o involuntário, pois se opõe diretamente ao voluntário.
- O medo não causa o involuntário de modo absoluto.
- A concupiscência não causa o involuntário.
- Nem toda ignorância causa o involuntário. Existem tres tipos de ignorância:
- Por concomitância: acompanha a ação sem a influenciar
- Por consequência: é causada por um ato de vontade
- Por antecedência: se quer porque se ignora.
Q.7:Circunstância dos atos humanos
- É um acidente do ato humano.
- As principais são "por quê" e "o que se faz".
Q. 8: A vontade e seu objeto.
- A vontade é somente do bem. Tudo aquilo que é apreendido in ratione boni.
- A vontade é do fim e daquilo que é para o fim.
Q.9.: O que move a vontade
- O intelecto, o apetite sentitivo, ela mesma, principio exterior (ex: objeto), Deus.
Q.10.: O modo de mover-se da vontade
- Naturalmente (ao bem universal).
Q. 11: A fruição, que é ato da vontade;
- Santo Agostinho: "Fruir e ligar-se amorosamente a alguma coisa por si mesma."
- Fruir é ato da potência apetitiva.
- As criaturas irracionais, o frui é imperfeito.
- A fruição é só do Fim último (em seu sentido próprio) - simpliciter. Mas dos fins relativamente últimos, a fruição pode ser dita secundum quid.
- Há fruição tanto no fim possuido, quanto no fim não possuido (imperfeitamente).
Q. 12.: A intenção - e seu objeto (a.1-2), seu ato (a.3-4), e se há nos irracionais (a.5).
- É ato da vontade - tender para alguma coisa - relativamente ao fim; isso pode ser de 3 modos: (i) absolutamente - vontade -, (ii) enquanto nele repousa - fruição -, (iii) enquanto este é o termo de algo ordenado para ele - intenção.
- Não é somente do Último Fim, mas o fim enquanto é termo do movimento da vontade.
- Definição: "ato da vontade incidindo sobre o seu fim, fim último, primeiramente, fim intermediário depois."
- Pode-se, ao mesmo tempo, ter intenção do fim próximo e do fim último, como elaborar o remédio e a cura.
- Um só movimento é a intençao do fim e a vontade do que é para o fim.
- Não há intencionalidade propriamente dita nos animais, uma vez que não tem intenção do fim.
Q.13.: A eleição do que é para o fim pela vontade.
- É ato da vontade, da potência apetitiva, pois termina no movimento da alma para o bem que escolheu. Mas é a razão que lhe dá a forma. Íntima ligação.
- Não convém aos animais, que não tem vontade, que é substancia da eleição. O apetite sensivel por si não é capaz de eleger.
- Eleição é como conclusão do silogismo prático.
- O fim enquanto fim não é objeto de eleição.
- A eleição é sempre dos atos humanos, não do fim; somente de coisas possiveis.
- A eleição do que é para o fim é livre; a eleição do fim, não: se dá necessáriamente (a beatitude)
Q.14.: A deliberação (consilio), que precede a eleição.
- A deliberação é do que é para o fim.
- Investigação, conselho (consilio); implica comparação feita entre muitas coisas.
- A deliberação tem por objeto nossas ações.
Q.15: O consentimento (consensu), que é ato da vontade, comparado com aquilo que é para o fim.
- É ato da potencia apetitiva.
- Implica a aplicação do sentido a algum objeto.
- Designa a aplicação do movimento apetitivo a alguma coisa ja existente no poder de quem a aplica.
- Ordem operativa: apreender o fim→apetite do fim→deliberação das coisas que são para o fim→apetite das coisas que são para o fim.
- A aplicação do movimento apetitivo à determinação da deliberação é propriamente o consentimento.
Q. 16: O uso, que é ato da vontade, comparado com as coisas que são para o fim.
- Santo Agostinho> "Usar é assumir algo pela potencia da vontade."
- O uso de uma coisa implica sua aplicação a uma ação.
- Fruir é melhor que usar; porque aquilo que é absolutamente apetecível é melhor do que é apetecível relativamente a outro.
- Não se usa o Último Fim, se frui Dele.
- O uso segue-se à eleição.
Q.17.: Os atos imperados pela vontade.
- Imperar é próprio da razão. Impera sobre a vontade absolutamente: isto é para ser feito [hoc est faciendum]; intimação: faz isto [fac hoc].
- Imperar é ato da razão, pressuposto o ato da vontade em virtude do qual a razão move por império para o exercício do ato.
- O império precede o uso enquanto esta na razão que o refere ao fim. Mas o uso daquele que é para o fim, enquanto esta sujeito a uma potência executiva, segue-se ao império.
- O ato da vontade e o ato da razão são imperados, os movimentos do corpo e o apetite sensitivo também. Só os da potência vegetativa não são.
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